
Com quase cinquenta anos de idade, solteira, residindo com seu pai Casper e sua irmã Betsie, Corrie construiu em seu quarto um espaço que servia para esconder 6 judeus por vez, na época do holocausto. O local ficou conhecido como “o refúgio secreto”, dando nome a um livro e a um filme sobre a vida da família Ten Boom, ambos confeccionados nos anos 70.
A família foi presa em 1944. Casper Ten Boom, o pai, faleceu poucos dias após sua prisão. Corrie e Betsie foram levadas a Ravensbrück, campo de concentração da Alemanha nazista. Betsie faleceu naquele mesmo ano.
Corrie saiu da prisão e foi dedicar-se integralmente ao ministério. Abriu centros de reabilitação na Holanda e na Alemanha, e começou sua peregrinação pelo mundo, a fim de pregar perdão e esperança.
Certo dia, pregando na Alemanha, reconheceu um homem. Seu coração pulsava e doía. Era um dos guardas de Ravensbrück. Só ela e Deus sabiam o quanto aquele homem a fizera sofrer. Depois de sua pregação, o homem veio até ela, estendeu a mão, e disse: “Já tenho o perdão de Deus. Mas preciso pedir que você me perdoe pelo que lhe fiz”. Foi quando Corrie sentiu o perdão de Deus como uma corrente elétrica, e tocando a mão do homem, afirmou: “IRMÃO, eu te perdoo”.
Hoje estive na casa onde viveu Corrie Ten Boom, na cidade de Haarlem, Holanda. Vi o refúgio secreto. Chorei litros ao ouvir essa história “in loco”. E ao perceber que perdoar é possível, justamente porque é divino. Jamais se tratou de um sentimento humano.
- Mario Freitas