
Um
novo estudo publicado este mês afirma que pessoas religiosas não são
mais propensas a fazer o bem que os “não religiosos” (incluindo ateus e
agnósticos). Os pesquisadores entrevistaram 1.252 adultos de diferentes
religiões e posições políticas. Pediram que eles registrassem as boas e
más ações que cometeram, testemunharam, ouviram falar ou sofreram ao
longo de um dia.
O objetivo era avaliar como a moralidade na vida
quotidiana difere entre as pessoas, explica Daniel Wisneski, doutor em
psicologia pela Universidade de Illinois em Chicago, líder do estudo.
Os
pesquisadores comprovaram que pessoas religiosas e não religiosas
cometem um número semelhante de atos morais. Ao contrário de outros
estudos semelhantes, a afiliação religiosa ou política não determinam
necessariamente a compreensão de uma pessoa sobre o que é certo ou
errado. Contudo, existem algumas diferenças marcantes como as pessoas de
diferentes grupos responderam emocionalmente aos chamados “fenômenos
morais”.
Wisneski relata que, por exemplo, as pessoas que se
declararam religiosas experimentam maior intensidade nas emoções
autoconscientes (culpa, vergonha e desgosto) que as pessoas não
religiosas. Ou seja, ficavam mais chocadas e indignadas ao testemunhar
ou cometer um ato imoral.
Os religiosos relatam ainda ter um maior
“senso de orgulho e gratidão” após cometer atos morais. Do ponto de
vista político, liberais e conservadores tendem a pensar em fenômenos
morais de formas diferentes. Os liberais são mais afetados
emocionalmente por atos morais ou imorais envolvendo questões de justiça
ou injustiça. Já os conservadores deram mais peso a atos de lealdade ou
traição.
Segundo os autores, os resultados reforçam teorias sobre
a natureza da fofoca, pois as pessoas ouvem falar mais sobre os atos
imorais dos outros. O mesmo vale para o chamado “contágio moral” (quem
testemunha mais atos morais tendem a reproduzi-los depois) e a
“licenciosidade moral” (quem foi vítima de ato imoral tende a se
comportar de modo imoral).
O experimento não foi conduzido em
laboratório, mas em situações mais realistas, com pesquisas enviadas aos
participantes pelo celular quatro vezes ao dia ao longo de três dias. O
questionário incluía ainda um pedido para a descrição desse ato moral e
como os voluntários se sentiam a respeito dele. Com informações The Blaze e Live Science